O mercado de trabalho e o mundo em geral estão em constante mudança e atualização. Se observarmos os avanços tecnológicos das últimas décadas é simplesmente surpreendente, empolgante e emocionante. Finalmente temos aquela sensação – estranha, que o futuro é agora, finalmente chegou!
Artigo de opinião, Bianca Lima Santos
Para perceber como houve avanços na maneira de tratar o colaborador e promover a marca, é importante voltarmos ao tempo da Revolução Industrial, onde os empregadores não tinham preocupação em encontrar e manter os colaboradores nas fábricas, pois havia sempre muita gente para ocupar os cargos. Os tempos mudaram (ainda bem), a tecnologia e a informação revolucionaram a forma de agir e pensar das novas gerações, as ambições e os desejos em relação à entidade empregadora agora são outros. As gerações mais antigas trabalhavam para poder sobreviver, as gerações mais novas trabalham para poder viver e as ambições pessoais e profissionais têm que estar alinhadas.
Com isto quero dizer que conseguir reter os talentos das gerações Y e Z é complexo, por isso as organizações têm investido, cada vez mais, em estratégias diferentes para atraí-los e retê-los. Até há pouco tempo as empresas recebiam dezenas de CVs de pessoas que queriam fazer parte da equipa, hoje para muitas funções, como por exemplo as que envolvem as tecnologias, essa realidade mudou drasticamente. Muitas empresas divulgam as vagas e a resposta é não ter resposta, ou seja, não há candidaturas.
Como é que o Employer Branding pode ajudar as organizações a atrair estes talentos que são ultraconectados?
Antes de responder à questão é importante perceber o que é Employer Branding. O Employer Branding é um conceito que surge no marketing, o objetivo é que haja uma diferenciação da empresa empregadora das demais concorrentes, destacando os aspetos que a tornam única. Ambler e Barrow descrevem como “um pacote de benefícios funcionais, económicos e psicológicos fornecidos pelo emprego e identificado com a empresa empregadora”. Respondendo à questão, a empresa cria uma imagem, uma marca positiva no mercado de trabalho com o objetivo de atrair talentos e continuar com os que já tem.
O Employer Branding apresenta duas vertentes, interna e externa. Na vertente interna o foco é no colaborador, para isso é importante perceber de que forma eles se identificam com a personalidade da marca e a proposta de valor, para isso é importante conhecer bem quem são as pessoas que fazem parte da organização, uma ferramenta que facilita este trabalho é a Avaliação de Desempenho. Já o Employer Branding externo está relacionado com o marketing da empresa junto dos potenciais colaboradores, o objetivo é fazer com que as pessoas queiram contribuir para a organização, atraindo assim os melhores talentos.
Os benefícios do Employer Branding, quando bem feito, são muitos, vejamos alguns deles:
Os benefícios mais visíveis são a atração e a retenção de talento, estes dois ítens são quase obrigatórios. As pessoas que ainda não trabalham na empresa querem fazer parte da equipa e as que já fazem não querem perder o lugar.
As empresas recebem um maior volume de candidaturas. Os candidatos procuram pela empresa, porque se sentem motivados em colaborar com a organização.
Claro que ao receber mais candidaturas, o tempo que leva a recrutar é menor, tendo impacto direto na redução dos custos de recrutamento.
Os colaboradores que já fazem parte da empresa sentem-se motivados a contribuir para o desenvolvimento da organização.
Ainda sobre sobre os colaboradores, há aumento na performance, tanto a nível individual como a nível organizacional. Os índices de satisfação no trabalho também aumentam, tendo impacto direto na produtividade e no aumento das vendas.
A lealdade à marca empregadora tem duas dimensões, comportamental e atitudinal, a comportamental relaciona-se com a cultura organizacional e a atitudinal com a identidade organizacional. Assim, a lealdade com a marca tem impacto direto com a lealdade dos colaboradores, pois está vinculativa com o comprometimento, os colaboradores leais permanecem na empresa independentemente de esta estar a passar por uma boa ou má fase.
A lista não acaba aqui, podemos acrescentar, também, a confiança organizacional. Quando um colaborador age de maneira a beneficiar a organização, é gerada confiança por parte do empregador que se estenderá para um comportamento de reciprocidade, e vice-versa. Ao haver confiança entre empregador e colaborador, geram-se sentimentos de justiça, há “jogo limpo” entre ambas as partes.
Como pôde perceber, as vantagens de investir no Employer Branding são muitas e atualmente este tornou-se essencial. Na era onde a tecnologia reina, as redes sociais são um excelente recurso para divulgar a marca. E a sua organização, o que tem feito para se tornar única e atrair e manter os melhores talentos?