A Gestão de Pessoas é um conjunto de estratégias utilizadas pelas empresas para promover e desenvolver o capital humano.
Há muito tempo que os colaboradores deixaram de ser vistos apenas como parte dos processos, que faziam sempre o mesmo, como se fossem uma máquina. Isto até me faz lembrar um filme que assisti durante a minha vida académica, chamado “Modern Times” do Charlie Chaplin, onde a personagem, “The Tramp”, trabalha numa fábrica e a sua função é apertar parafusos. Os “tempos modernos” agora são outros, ainda bem.
Hoje, o capital humano é o que se tem de mais valioso nas empresas e é encarado, cada vez mais, como um fator crítico de sucesso das organizações. Sabendo disso, a Gestão de Pessoas vem ganhando força nos últimos anos. Procurar, reter, administrar, treinar, desenvolver e avaliar os talentos são algumas das responsabilidades do profissional desta área.
Tendo conhecimento que a Gestão de Pessoas é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos, Chiavenato listou os 6 processos básicos:
O processo de agregar pessoas é usado para atrair e incluir novos talentos nas organizações. Este é um processo que requer conhecimentos técnicos, para identificar e selecionar o melhor profissional para uma determinada vaga, de acordo com os requisitos previamente estabelecidos pela entidade empregadora para o cargo em questão. Como pode ter percebido, neste processo inclui-se o recrutamento e seleção de pessoas.
Estes são processos utilizados para desenhar o trabalho que as pessoas irão desempenhar, orientando, acompanhando e avaliando os talentos. Ou seja, estes processos são de modelagem do trabalho, que incluem o desenho, análise e a descrição dos cargos, bem como a avaliação do desempenho. De certa forma, é delinear e conduzir para a concretização dos objetivos da organização. Nestes processos inclui-se a modelagem do trabalho e a avaliação de desempenho.
Estes são processos que são utilizados pela organização para incentivar e motivar pessoas atendendo aos seus objetivos pessoais. Aqui cabe desde a remuneração, que é o básico, como por exemplo benefícios como seguro de saúde, ou transporte oferecido pela empresa, uma renda destinada ao colaborador para que ele gaste com a sua formação contínua ou a participação nos lucros. Nestes processos ainda podemos ir além dos benefícios básicos, diretos e indiretos, aqui também cabem as satisfações de necessidades mais elevadas, como por exemplo, a realização pessoal e profissional, flexibilidade, autonomia e reconhecimento. Em resumo, os processos incluem: remuneração, incentivos e benefícios.
Muitas vezes queremos o profissional ideal para a nossa empresa e esquecemo-nos, por alguns instantes, que somos pessoas, e em algumas coisas podemos ser muito bons e noutras precisamos de treinar/desenvolver. Nestes processos incluímos a formação, a aprendizagem, o desenvolvimento, programas de desenvolvimento de carreira, gestão do conhecimento, de competências e de mudança, bem como estratégias de comunicação. Desenvolver pessoas é um grande desafio para a área da Gestão de Pessoas, pois é preciso que o aprendizado e o ganho/desenvolvimento de competências seja contínuo e atualizado, para que a equipa esteja preparada para o mercado que é cada vez mais competitivo.
Para fazer com que o colaborador queira trabalhar numa determinada empresa é necessário criar condições ambientais e psicológicas que o satisfaçam a nível pessoal e profissional. Isto só é possível quando há uma cultura e um clima organizacional saudável, quando há higiene, segurança, qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. As novas gerações valorizam bastante como investem o seu tempo, podendo ser uma mais valia quando a organização tem horários flexíveis.
Este sexto e último processo tem a finalidade de acompanhar as pessoas nas suas funções e verificar os seus resultados. Nestes processos estão inclusos: o banco de dados e sistemas informáticos de gestão.
Como podemos perceber, a Gestão de Pessoas não é apenas o trabalho de recrutar e de selecionar pessoas. É importante ter em atenção que estes processos não acontecem isoladamente, estão interligados e influenciam-se mutuamente. Quando há uma má contratação é necessário mais investimento de tempo para desenvolver o novo elemento da equipa e, como já dizia o ditado popular, “tempo é dinheiro” e um recurso extremamente caro e valioso. É necessário que haja equilíbrio em todos os processos, para que sejam o mais eficiente possível, quando há uma falha num dos processos acaba por comprometer os demais.
Valorize as pessoas que cuidam e zelam pelo capital humano da sua organização, para que estas sejam práticas estruturadas e éticas, proporcionando maior qualidade de vida no trabalho, contribuindo para o aumento da competitividade da sua empresa e o seu employer branding.
Artigo de opinião, Bianca Lima Santos