Nos últimos anos ouvimos, cada vez mais, falar da presença de um coach nas empresas intervindo diretamente em equipas, ganhando cada vez mais espaço no desenvolvimento organizacional. Neste momento o coaching sistémico de equipas encontra-se ainda numa fase inicial.
A falta de maturidade e solidez faz com que algumas definições ainda não estejam tão claras, ainda há alguma confusão sobre qual o verdadeiro papel do coaching de equipas e quais poderiam ser os seus benefícios, o que é normal dado que esse amadurecimento só acontece com o tempo, comparando ao processo de coaching individual que já é uma prática consolidada, o coaching de equipa encontra-se em pleno desenvolvimento.
O coaching sistémico de equipas, ou systemic team coaching, dá-se a partir da relação do coach e da equipa, a finalidade é que a equipa consiga descobrir e definir os seus objetivos, de forma a otimizar os seus processos e atingir os melhores resultados possíveis, potencializando a cultura organizacional. O coaching sistémico de equipas irá intervir desde a facilitação de equipas, ao coaching de liderança.
Apesar de haver uma grande escassez na produção de artigos e de profissionais que trabalham com o coaching sistémico de equipas, o professor Peter Hawkins é um dos grandes nomes no que toca a este tema e define-o da seguinte forma:
“A process by which a team coach works with a whole team, both when they are together and when they are apart, in order to help them improve both their collective performance and how they work together, and also how they develop their collective leadership to more effectively engage with all their key stakeholder groups to jointly transform the wider business.”
(Hawkins, 2014, p. 80)
Prezado leitor, não sei se aconteceu o mesmo consigo, mas quando comecei a ler a respeito do que é o coaching sistémico de equipas pareceu-me familiar aos procedimentos que algumas empresas já fazem, nomeadamente o trabalho do psicólogo das organizações, intervindo junto do colaborador (individualmente) e da equipa, procurando a mudança no comportamento, gerando aprendizagem, promovendo relacionamentos estáveis e dando feedback. O que percebi ao fazer uma leitura mais aprofundada e depois de assistir alguns vídeos de pessoas que trabalham e têm experiência é que essa prática, quando bem feita, agrega valor à organização.
Serei mais clara, quero que vocês consigam perceber facilmente qual a diferença que este profissional irá fazer dentro da organização.
A diferença estará na forma como este profissional irá fazer a intervenção, assim sendo, o coach irá intervir não apenas ao nível da relação interna da equipa e como ela funciona, o coaching sistémico de equipas irá além, trabalhará com a equipa e cada um de seus membros de forma a construir uma liderança coletiva, agregando valor na sua compreensão com os stakeholders e a ligação com os clientes. Assim, como o nome indica, irá abranger todo o sistema, intervindo no capital humano da empresa. Para além disso, essa abordagem tem em conta que um dos maiores desafios dentro da organização não se encontra no colaborador, na equipa ou nos departamentos, está associada à relação que é construída entre eles, nesse sentido, esta intervenção faz todo o sentido para a saúde da organização.
Em virtude dos factos que fomos explorando ao longo deste artigo, podemos dizer então que o coaching sistémico de equipas se torna útil no sentido de facilitar a gestão de equipas, permitindo que as equipas possam organizar-se de forma mais produtiva e melhorar os relacionamentos entre os colaboradores, auxiliando nos objetivos de negócio, num ambiente de trabalho mais saudável.
Artigo de Opinião, Bianca Lima Santos