A Luísa Marques (nome fictício), nascida e criada no Porto, terminou o seu curso de Psicologia na área clínica, em 2007. Começou por fazer estágio profissional numa clínica, em Aveiro, não tendo sido contratada no final do mesmo. Após 6 meses de procura ativa de trabalho, cruzou-se com um anúncio para trabalhar num Centro Novas Oportunidades (CNO); não era isso que a Luísa queria mas precisava de trabalhar. A sede de trabalhar era enorme e a necessidade de ganhar dinheiro para se emancipar era gritante. Concorreu e, tal como milhares de Psicólog@s, trabalhou durante 8 a 10 anos, de forma continuada, num CNO, agregando ao seu percurso alguma atividade como formadora.
Em 2012, o CNO em que a Luísa trabalhava fechou, levando ao desemprego da mesma. Irônica e fatalmente, a Luísa não se preparou para este momento, apesar de trabalhar num local onde teria de acompanhar a criação de um plano de desenvolvimento pessoal com o intuito de definir um projeto de vida pessoal e profissional para cada adulto que viu reconhecidas, validadas e certificadas as suas competências e onde, de seguida, deveria desenvolver iniciativas de criação de autoemprego e/ou de apoio à progressão/reconversão profissional, segundo as premissas enunciadas na Carta de Qualidade dos Centros Novas Oportunidades.
A Luísa sente-se confusa. Adorou o trabalho que desempenhou no CNO, adorou e adora dar formação na área comportamental, está certa que não quer criar o seu próprio emprego mas não sabe para onde mais poderá ir, para além de uma empresa de formação ou uma clínica. No entanto, as empresas de formação não têm trabalho que lhe tragam o retorno financeiro suficiente e a prática da Psicologia é uma realidade experimentada apenas em contexto de estágio, há tantos anos que parece ter sido numa vida passada, e não se sente capaz de voltar a exercer nessa área.
A Luísa, todos os dias, pesquisa vagas de emprego mas nenhuma parece encaixar-se no seu perfil e, quando há uma que corresponde, nunca lhe respondem. A Luísa não sabe que apenas 7% das pessoas encontram trabalho através de resposta a anúncio!
A Luísa acha que o problema só pode estar no seu Curriculum Vitae. Decide inscrever-se e frequentar uma formação sobre criação de Curriculum Vitae, descobre modelos esteticamente atrativos e sai revigorada na sua confiança porque julga já ter encontrado a solução para os seus problemas. No entanto, continua sem receber respostas. A Luísa não sabe que o modelo de Curriculum Vitae é uma ínfima parte do trabalho que tem de ser feito para a otimização do mesmo.
A Luísa precisa de um Gestor de Carreira que trabalhe com ela o seu Autoconhecimento e o conhecimento do mercado, precisa de trabalhar o seu Personal Branding, de segmentar e monitorizar o mercado, de estabelecer um plano de Networking e Lobbying, de desenvolver algumas competências chave para a carreira que ambiciona, de gerir melhor a sua imagem pessoal, profissional e social, de desenvolver as suas competências de saber estar em entrevista, de incrementar as suas competências de negociação e, por fim, a Luísa precisa de saber reentrar no mercado de trabalho, para que todos os seus passos transpareçam confiança e cada respiração seja um lampejo de convicção e vitalidade na abordagem ao mercado.
Quando a Luísa redescobriu o quão importante é, para si, ser psicóloga, iniciou o processo para ser membro da Ordem dos Psicólogos Portugueses. A Luísa vai recuperar a sua identidade profissional, vai poder inscrever-se na Formação em Gestão de Carreira, ser, ela própria, Gestora de Carreira e facilitar o desenvolvimento de carreira de milhares de pessoas, em escolas, GIP´s, CLDS´s, autarquias, Consultoras de Outplacement e/ou outras entidades que promovem a empregabilidade.
Com o acesso às ferramentas que os Consultores ALENTO usam nos seus programas de gestão de carreira, com o conteúdo programático das suas ações formativas, o Know How de Psicólog@s com mais de 10 anos de experiência, na área da Psicologia Vocacional e do Desenvolvimento da Carreira, a Luísa vai saber o que fazer com a sua carreira e vai saber como facilitar programas de aconselhamento de carreira.
O acesso a este conhecimento devia ser facilitado a tod@s @s Psicólog@s que pretendem gerir a sua carreira e não serem geridos por uma carreira construída com um aglomerado de experiências circunstanciais, oriundas de uma perspetiva reativa à oportunidade que o mercado apresenta e que nem sempre é a adequada para que, estrategicamente, construa a carreira que responde às suas necessidades de realização profissional e pessoal.
Se estiver com sede no meio do mar, por mais vontade que tenha de mergulhar e beber, sabe que a água é salgada e não o deve fazer. No entanto, no mercado de trabalho, é muito comum as pessoas, quando estão com sede, mergulharem num oceano de água salgada e pejado de perigos. É essencial distinguir convites oportunistas de convites plenos de sentido de oportunidade e é essa capacidade que faz com que sacie a sua sede, no momento e no local certo.
Para isso, deve saber como aprofundar o autoconhecimento e o conhecimento do mercado, incorrendo num paradigma mental que lhe permita agir com uma atitude saudável e vencedora, num mercado que não respeita, nem valoriza, quem age sob a égide de um modelo de pensamento construído sobre a necessidade e/ou desespero de quem está a morrer de sede. Esta tipologia de pensamento e atitude não é atrativa aos olhos do mercado e, por isso mesmo, quando o mercado aceita alguém com este perfil comportamental, o visado já perdeu todo e qualquer poder negocial contratual e, tão ou mais grave do que isso, perdeu-o no seu dia-a-dia de trabalho.
A Luísa não fez nada de errado, apenas demorou a cruzar-se com a área da Psicologia Vocacional e do Desenvolvimento da Carreira.
A Luísa é uma personagem ficcionada inspirada numa história real.
Artigo de Opinião, Artur Moura Queirós