O que gosta mais de fazer?
Gosto muito de trabalhar e de coisas simples que me fazem sentir viva e que qualquer comum mortal pode fazer, como ouvir musica, fazer os meus passeios a pé, sobretudo à beira-mar, fazer um bocadinho parte da paisagem que me envolve e adoro fotografia. Mas mais do que tudo isto, adoro estar com quem amo e com quem me ama, adoro a minha família e sempre que possível ofereço todo o tempo que posso ao convívio com pessoas que são minhas amigas, que felizmente são muitas e gosto de estar sempre acompanhada com muita música e se puder dançar, ainda melhor!
De que é que tem medo?
Poucas coisas, mas sobretudo tudo o que tem a ver com os meus filhos. Perdi a maior parte dos medos que tinha, mesmo o medo da morte, tento fazer o melhor que posso no meu dia-a-dia e vivo-o como se fosse o último, com a consciência de que fiz o meu melhor. Quando se é mãe fica-se irremediavelmente preso à vida, temos medo de morrer porque temos medo que os filhos não sejam autossuficientes, mas nesta altura acredito que se eu morresse eles sobreviviam sem mim, acredito que a edução que lhes dei e a idade que eles têm serão suficientes. Só desejo que tudo aconteça segundo a ordem natural das coisas e partir à frente deles.
O que a emociona?
As crianças, emociono-me muito com o que me dá alegria. É nelas que eu consigo ver as emoções mais verdadeiras, mais genuínas, a capacidade de ver as coisas simples e mais importantes da vida. As crianças são pessoas pequeninas que mesmo quando fazem asneiras são genuínas, por exemplo quando uma criança nos abraça sem ser fruto de um pedido, quando é por vontade dela é uma sensação incrível, é algo que me emociona muito.
O que a deixa feliz?
Viver à PALA! Passo a explicar, viver com Paz, Alegria, Liberdade e Amor. Sou uma pessoa muito otimista, muito alegre, mas também tenho os meus momentos tristes, mas esforço-me para nunca perder a criança que tenho dentro de mim, tenho um lado muito sério por exemplo a nível profissional, um lado muito pragmático, mas penso que consigo conciliar os dois lados. Mas acima de tudo tento ser feliz com o que faço no meu dia-a-dia, há pessoas que focalizam toda a sua alegria em um ou dois momentos no ano, como por exemplo nas férias, eu acho que é muito arriscado apostar toda a nossa felicidade apenas em alguns momentos.
Compreendo o que diz, imagine que chove na semana de férias, na praia, que reservamos para ser felizes!
Dr.ª Cristina numa frase, o que é ser feliz?
Acredito que somos muito aquilo que fazemos e por isso se eu transmito alegria, acredito que vou receber alegria.
Como se caracteriza enquanto autarca?
Eu não sou política eu estou na política enquanto quiserem que eu esteja. Estou na política para servir com espírito de missão, sou uma pessoa sincera, com muita atividade e alegria para fazer o que acho que todos os políticos deviam fazer, que é fazer tudo por tudo para que as pessoas sejam felizes.
Ao longo deste mandato o que é o que executivo fez que dê aos lousadenses motivos para sorrirem de felicidade?
Muito, desde a parte visível à invisível, muitas ações são invisíveis como por exemplo no meu pelouro na área social, em que é feito muito trabalho junto das famílias, muito deste trabalho não é visível mas quem foi auxiliado, em questões de pobreza, de risco, de perigo, das crianças, dos jovens, questões ligadas à proteção dos mais velhos, da proteção das pessoas com deficiência, fizemos um leque de ações para minorar estas fragilidades, como por exemplo o cabaz alimentar, da medicação, por exemplo estamos a gastar 4000€ por mês só em medicação. Os próprios médicos têm dito que se não fosse a ajuda do município muitos dos doentes já não estariam vivos.
Nesta parte social, na proteção dos que estão mais fragilizados a câmara de Lousada faz uma aposta muito forte, nem sempre visível, não é o tipo de trabalho que se coloque num outdoor, nem isso faz parte também do nosso perfil, somos low profile.
Apostamos também muito na juventude que vai desde a proteção dentro da própria família, ao apoio às escolas e entidades formativas e projetos nas área da empregabilidade e empreendedorismo, fazemos tudo para que os jovens saiam do seu percurso escolar e ou académico o melhor preparados possível, de um modo transversal para saírem enriquecidos com competências técnicas e humanas e por isso é que temos atividades como a colónia de férias e universidades juniores, entre outras, sendo que acima de tudo é um trabalho integrado de todos os pelouros, por exemplo na área do desporto é feito um trabalho fundamental, bem como na área da cultura. Parece-me essencial que tenhamos uma oferta de ocupação de tempos livres que enriqueça os jovens para serem pessoas bem preparadas para viver bem o seu dia-a-dia e são muitos os exemplos de feedback que temos nesse sentido de muitos que vão estudar e ou trabalhar para fora e que é nesse momento que sentem que há muita qualidade de vida em Lousada, mas que nem sempre valorizamos por fazer parte do nosso dia-a-dia.
Este executivo, liderado pelo Dr. Pedro Machado tem feito um trabalho árduo para que todas as pessoas tenham qualidade de vida suportada na Acão Social, Educação, Desporto, Urbanismo, Ambiente e Cultura, desde a rede de saneamento à valorização do nosso património cultural e etnográfico com a atração das pessoas ao conselho pela qualidade da oferta lúdico-cultural. Queremos que os jovens sintam que mesmo que queiram sair de Lousada para trabalhar e ou estudar que podem e devem voltar a Lousada com tudo o que aprenderam e que poderão desenvolver aqui os seus projetos de vida, neste concelho que lhes dá qualidade de vida e bem-estar. Acredito, sinto e vejo que estamos no caminho certo por exemplo pela reação dos próprios jovens a animar os stands que temos nos festivais da juventude e a entrega dos mesmos aos eventos que mais do que dar vida, mostram a vida que Lousada tem. As pessoas desta terra têm uma vitalidade especial e é isso também que me dá energia para todos os dias dar tudo pelos Lousadenses.
O que a levou a apostar no SAGAZ?
O SAGAZ é um catalisador que permite aos jovens antever algumas dificuldades e definir estratégias antecipadamente, que muitas vezes as famílias e as escolas não conseguem dar, mas que o sagaz consegue, através de um conjunto de pessoas que lhes podem ajudar muito com pouco, um pouco que pode fazer toda a diferença para que estes jovens consigam decidir na hora certa o que é melhor para eles e daqui a uns anos eles olhem para trás e pensem que de facto se não fosse aquele “Mestre” do SAGAZ, não teria optado por esta situação e hoje não teria o que tenho, não estaria onde estou e nem seria o que sou.
Há umas semanas questionava uma “Aprendiz” sobre se ela achava que o SAGAZ devia continuar, e ela disse-me “sim, porque daqui a uns anos eu quero ser “Mestre”, é este tipo de resposta que é o combustível deste programa, é isto que a entusiasma a si? Ou há mais do que isto?
Isso deixa-me muito feliz, mas há mais, há muito mais, as pessoas tendem a compartimentar tudo, tudo está dentro de gavetas padronizadas e validadas por um senso comum que aceita sem questionar, sem ter espírito crítico e eu acredito num princípio que está subjacente a ter aceitado o sagaz, que é o princípio de que uma pessoa pode fazer a diferença, na vida e no mundo, seja para o bem seja para o mal, e em idades em que as ditas “crises existenciais” estão mais patentes, como será a idade em que estes jovens estão, em que o peso que a sociedade e a família lhes dá, ao fazê-los sentirem que o que decidirem nos próximos anos será a sua vida, e isso não é necessariamente verdade. A nossa vida é decidida todos os dias e este programa é mais que um evento de um dia é mais que uma questão vocacional, este programa pretende ser uma questão de educação para a própria vida, é um programa de continuidade, que pretende que o jovem veja a liberdade de escolha que a sua idade lhe vai trazer a curto prazo, seja proporcional à responsabilidade que isso acarreta e que por sua vez veja no “Mestre” um apoio experiente e importante para a tomada de algumas decisões.
Que balanço faz do programa até à data?
Muito positivo, é lógico que não estamos a falar de um programa que chegue a milhares como é um festival da juventude, mas pela qualidade eu faço um balanço muito positivo, sinto que o caminho é por aqui.
Falando em caminho, como vê o SAGAZ no futuro?
Vejo-o acima de tudo na CIM do Tâmega e Sousa e gostava muito de o ver depois projetado em todo o país e que ele fosse valorizado e premiado por Bruxelas, como sendo um dos programas apoiados pelo quadro comunitário em Portugal, que visa não só mas também a empregabilidade.
A Dr.ª Cristina Moreira é a primeira a ser entrevistada porque foi a primeira a acreditar no SAGAZ, como vê o facto de Celorico de Basto este ano também ter participado no sagaz?
Se o Artur está lembrado no nosso início convidamos vários municípios porque desde o início que achei que o projeto devia ser pelo menos estendido à CIM do Tâmega e Sousa, porque na minha opinião as questões de Empregabilidade não estão circunscritas territorialmente a um ou outro concelho é no âmbito da CIM, agindo de modo concertado, que cada um dos concelhos encontrará soluções para um problema patente neste território. Penso que este projeto alargado à CIM promove inclusive a visão de território alargado aos empresários que são “Mestres” no SAGAZ.
É difícil ver as coisas antes de elas acontecerem e nessa vertente acho que a Câmara Municipal de Lousada foi visionária e o Artur Queirós e a ALENTO ainda mais ao criarem um programa que não existia e em que a CML acreditou. Se não for possível a curto prazo fazer o programa em todos os Concelhos da CIM, não me importo de ir por um caminho mais longo em que outros concelhos, dentro ou fora da CIM, se associem ao SAGAZ.
A Dr.ª Cristina teve a oportunidade de ir com a ALENTO a uma reunião a Lisboa com o Gabinete do Secretário da Juventude, quando saiu dessa reunião, sentiu ainda mais confiança na mais-valia deste projeto?
Saí da reunião com a crença que o caminho é por aqui, é um programa que eles gostariam que todas as CIM´s tivessem, mas que devido aos desafios orçamentais não sei se será fácil de o estender a todo o país mas penso que na ótica de um projeto piloto, que poderia ser feito apenas em algumas regiões, cidades ou concelhos, e daí tirar ilações para posteriormente se desenvolver um projeto mais normalizado como resposta às necessidades dos jovens por todo o país, que poderia ser uma via interessante.
Dr.ª Cristina esta pergunta não fazia parte do guião, mas não resisto a perguntar-lhe. Nós vamos fazer 3 jantares informais, um em Lousada, outro em Celorico de Basto e outro no Porto, podemos contar consigo num desses jantares?
Podem contar comigo nos 3 jantares, como sabe a minha agenda é muito completa, mas farei o possível para estar em todos.
Quer deixar uma mensagem final a quem nos der a honra de ler esta conversa?
Gostava que as pessoas percebessem que independentemente de estarmos na política, nas empresas ou onde quer que seja, que não devemos perder a pessoa que temos dentro de nós, devemos ser sempre genuínos.