O que gosta mais de fazer?
Bem, eu sou uma pessoa muito simples. Gosto de coisas básicas, ouvir música, fazer exercício, não sou muito exigente. Sou muito dedicada aos estudos. Gosto de passear à beira da praia, essas coisas normais que os jovens gostam de fazer.
De que é que tem medo?
Considero-me uma pessoa muito medricas, mas o meu maior medo é mesmo perder aqueles que são meus, família e amigos, tenho medo de ficar sozinha. Essencialmente é o medo de perder aqueles que tenho perto de mim.
Também tenho medo de não conseguir atingir os objetivos que vou definindo para o meu futuro.
Falo de objetivos académicos e profissionais, sou uma pessoa muito dedicada e muito empenhada naquilo que faço e quando traço determinados objetivos fico mesmo com muito receio de não os conseguir alcançar. Neste momento os principais objetivos a curto prazo são em termos académicos, os de médio/longo prazo estão direcionados para a carreira profissional. Frequento a licenciatura em Contabilidade e Administração e até ao momento tem corrido tudo bem, mas há sempre um certo receio.
O que a emociona?
Sou uma pessoa que se emociona com facilidade. Gosto muito de ver pessoas a sorrir, gosto de me sentir útil e quando sinto que o sou emociono-me.
Ver pessoas a sorrir e ajudar emociona-me e também me faz sentir bem.
Gosto de ajudar aqueles que se cruzam comigo, gosto de fazer voluntariado e até já me inscrevi este ano para fazer voluntariado numa perspetiva de dar apoio a alunos mais novos e o sorriso é o que me deixa mais emocionada e contente por ter ajudado.
Apesar de estar num curso que é mais direcionado para os números gosto da interação social e estar com as pessoas ajuda-me a sentir realizada.
O que a deixa feliz?
Estar com a minha família, os meus amigos. Basicamente sentir-me realizada deixa-me feliz. Fazer pequenas coisas no dia-a-dia, como desporto, ouvir música.
Sílvia numa frase, o que é ser feliz?
Ser feliz é sentir-me em paz, é difícil dizer o que é ser feliz, mas com a minha família e amigos sou feliz. E ao alcançar os objetivos melhor ainda.
Como se caracteriza enquanto jovem?
Sou uma jovem normal como todos os outros. Gosto de sair, de me divertir, acho que sou igual aos meus amigos e colegas.
Sou muito empenhada, mas ao mesmo tempo também gosto de me divertir e fazer tudo aquilo que os jovens da minha idade fazem, conversar, ouvir música, fazer desporto, todas essas pequenas coisas contribuem para que me sinta bem e seja uma jovem interessada.
O que a levou a participar no SAGAZ?
Na altura estava no secundário e na Escola de Celorico de Basto surgiu a informação de que existia um novo projeto e resolvi inscrever-me. Houve uma palestra onde explicaram em que consistia e achei que o SAGAZ era uma boa oportunidade para o meu futuro e para a minha carreira. Foi como que uma oportunidade que a vida me estava a dar.
Se fosse hoje voltava a inscrever-me sem dúvida nenhuma.
Acha que o SAGAZ deve continuar?
Sem dúvida alguma. O SAGAZ, tal como já disse várias vezes, mudou a minha vida. Neste momento estou na Faculdade graças ao SAGAZ e graças ao meu Mestre, o Tiago. A minha opinião é que da mesma forma que mudou a minha vida, deveria mudar a de muitos outros jovens.
O SAGAZ mudou a minha vida porque até ao dia em que os mestres estavam a escolher os aprendizes eu não confiava muito nas minhas capacidades. A partir do momento em que o meu mestre me escolheu ganhei mais força e passei a acreditar mais em mim e aqui estou eu agora.
É graças ao Tiago e ao SAGAZ que eu estou a conseguir trilhar o meu percurso académico e futuramente a minha carreira.
Que balanço faz da sua participação até à data?
Na fase final do secundário com exames e decisões importantes e agora na entrada na universidade a ajuda do Mestre foi muito importante. Sempre que precisei o Tiago esteve lá, sempre me ajudou, sempre me apoio, tem sempre uma palavra não só de mestre mas também de amigo, sei que qualquer coisa que precise ele vai estar lá para ajudar, como tem sido até agora. Mesmo na candidatura à universidade, nos papéis para a bolsa, tudo, é um apoio sempre presente. É uma pessoa muito disponível e ajuda-me a cem porcento.
Através do SAGAZ ganhei um mestre mas também um amigo, é uma espécie de padrinho na minha área profissional. É uma pessoa espetacular e não há palavras para descrever o apoio que tenho tido do Tiago, graças a este projeto.
Mesmo com ele longe nós falamos bastante, principalmente pelo Facebook, quando ele veio a Portugal encontramo-nos. Estes meses de SAGAZ têm sido muito bons.
Como vê o SAGAZ no futuro?
Na minha visão o Sagaz tem muito futuro. Um dia ainda vão estar estendidos por todo o país. Eu sei que vocês devem ouvir muitas vezes esta resposta, mas eu espero um dia ser também uma Mestre SAGAZ. Eu quero mesmo ser mestre, da mesma forma que o Tiago me ajuda a mim eu quero estar lá para outros alunos que também precisem de ajuda a gerir a carreira académica e profissional, ser uma amiga capaz de dar opinião com base na experiência. Há muitos alunos em Portugal a quem o SAGAZ pode ajudar. Espero mesmo que este projeto consiga ser estendido a mais jovens.
Se eu não tivesse participado no SAGAZ possivelmente não estaria na Faculdade, se calhar estaria à procura de emprego como muitos outros jovens. Sempre tive vontade de ir apara a universidade e sabia que tinha capacidades, mas não acreditava nelas o suficiente. O facto de ser escolhida e ter ultrapassado a primeira etapa ajudou-me a acreditar mais em mim e nessas capacidades e a ter força para conseguir.
No dia do evento, quando tivemos de nos apresentar eu estava muito nervosa, era uma prova. Estava num contexto de avaliação, sentia-me como se fosse para a minha primeira entrevista de emprego. Cai na realidade e na importância deste projeto no dia em que os mestres escolheram os aprendizes, estava mesmo muito nervosa.
Tomei consciência de que aquele podia ser o meu primeiro grande entrave, o primeiro “não” que iria ouvir e sinceramente não sei se estava preparada para uma resposta negativa. Agora que penso sei que não estava, embora no dia achasse que sim. A vida não nos prepara para os “nãos”, ainda por cima tão jovens. Se não fosse escolhida ia ficar muito triste. É mesmo uma grande oportunidade que todos os jovens deveriam ter e muitos não têm.
Tenho falado com os meus colegas que também estão a participar e estamos contentes com os mestres que temos. Sem dúvida que o SAGAZ foi um marco na vida de todos nós. Na nossa escola era um projeto que já fazia falta, muitos dos alunos que por lá andam ou andaram precisam da motivação que o SAGAZ dá, tal como eu precisava.
Como viu o facto de a Escola Secundária de Celorico de Basto este ano ter participado no SAGAZ?
Foi um projeto novo mas foi mesmo uma mais-valia. O próprio interesse da Câmara em financiar foi importante. Na minha opinião os jovens que estão agora no secundário esperam que o projeto se repita este ano, porque é sem dúvida muito importante e eu espero mesmo que isso aconteça. Espero bem que aquela escola adira outra vez e tenha percebido a importância que o SAGAZ teve nas nossas vidas.
Os colegas que estão agora no último ano de secundário precisam de acompanhamento, tal como eu e os meus colegas. Todos nós precisamos de uma motivação extra e de um apoio em termos académicos e profissionais. O nosso futuro, académico e profissional, só tem a ganhar com a participação no SAGAZ. Saber que temos uma ajuda quando precisamos e sempre que precisamos. Os meus colegas que estão este ano no décimo segundo também precisam. Acredito que por eles saberem que no ano passado houve este projeto, este ano estão mais empenhados nas aulas e querem ter aptidões para serem Jovens Sagazes, serem escolhidos por um mestre também.
A minha participação no SAGAZ também me ajudou a perceber que a minha carreira não é só construída no fim do curso. A licenciatura ou ter um diploma não é o único aspeto importante, há um conjunto de aptidões e competências que temos de ganhar e depois de entrar no SAGAZ percebi que há muitas competências que são essenciais para o currículo de qualquer jovem. Possivelmente se não tivesse participado, mas entrasse na universidade, por esta altura não me preocuparia com determinadas competências por achar que só no final do curso é que o deveria fazer.
O apoio do Mestre e a troca de experiências têm-me ajudado a desenvolver competências que antes achava não ter. Eu era uma pessoa calada e este contacto com pessoas de outros meios, com o Tiago e com a equipa SAGAZ, têm-me ajudado a ser mais extrovertida e mais sociável, estou mais desenrascada. Tenho adquirido competências além das que achava serem necessárias para o meu futuro profissional, como a sociabilidade, estou mais desinibida por acreditar mais em mim, estou mais sagaz. O SAGAZ é mesmo a palavra que me descreve, estou mais Sagaz.
Claro que nos primeiros dias tinha algum receio de estar a incomodar o mestre, mas desde logo ele me deixou à vontade para lhe colocar questões. A vergonha inicial e o medo de incomodar foram diminuindo com a relação que fomos criando. Na fase dos exames por exemplo, o Tiago foi crucial, porque eu tinha sérios problemas em gerir o meu horário, o tempo de estudo. Ele ajudou-me a organizar o meu estudo de forma a conseguir estudar e dedicar-me a todos os exames. Eu não tenho palavras, o Tiago ajudou-me de uma forma crucial.
Agora tenho partilhado com ele a entrada na universidade, não só a nível de aulas mas a nível pessoal também, ele está sempre preocupado. É uma fase de muitas mudanças para mim, deparamo-nos com muitas novidades, sair de casa por exemplo e todo o apoio é importante. O meu mestre desde o início e, mesmo quando veio a Portugal, disponibilizou-se e fez com que eu visse nele não só um profissional mas também um irmão mais velho que está longe e sei que posso falar com ele sempre que preciso, não só acerca da licenciatura mas sempre que tenha algum problema. Partilhamos as experiências, não só as minhas mas ele também partilha comigo como foi a entrada na universidade.
A experiência do Tiago na faculdade também foi uma referência para mim porque ele entrou numa faculdade muito próxima da minha, estudou Economia e eu estou em Contabilidade, o percurso também nos aproxima.
Mesmo que o mestre não fosse de uma área semelhante à minha, o acompanhamento é importante, porque o profissional não abrange só os estudos, é um apoio muito abrangente e o facto de nos ajudar a tomar decisões, não só a nível de licenciatura mas também noutras áreas é crucial.
Basicamente na minha vida passei a ter outra pessoa a quem recorrer em caso de dúvidas ou de problemas, tinha a minha família, os amigos chegados e agora tenho também o mestre. O SAGAZ trouxe-me mais um pilar.
Quer deixar uma mensagem final a quem nos der a honra de ler esta conversa?
Em primeiro lugar, aos jovens que estão agora no secundário gostava de dizer que têm de se esforçar, acreditar neles próprios e nas capacidades e arriscar caso tenham a oportunidade de participar no SAGAZ. É mesmo uma mais-valia e uma grande ajuda na nossa vida. Arrisquem.
Quero dizer a quem nos lê que é importante que acreditem no SAGAZ e façam o projeto crescer. É mesmo importante que o SAGAZ chegue a mais jovens.
Aos meus colegas que estão neste momento a ser Jovens Sagazes dizer-lhes que oiçam os mestres e sigam os conselhos que dão e no futuro queiram também ajudar e ser Mestres, dando apoio aos jovens que estão na situação que os próprios já viveram.
Em termos mais alargados, todos os municípios deviam apostar em projetos como estes para os jovens. Muitos de nós não temos ninguém a quem recorrer e com o SAGAZ sentimos que há investimento em nós e no nosso futuro, para sermos profissionais mais competentes. Tudo isto ajuda a que os jovens se sintam bem nos seus meios, dá visibilidade às nossas origens e deixa os nossos conterrâneos orgulhosos da carreira que vamos desenvolvendo.