O Setembro Amarelo é o mês dedicado à prevenção e consciencialização contra o suicídio. O suicídio e as tentativas de suicídio são sinais de grande sofrimento emocional e representam um desafio de Saúde Pública em todo o Mundo, uma vez que a cada 40 segundos uma pessoa tira a sua própria vida.
Em Portugal, a taxa de suicídio é de até 3 mortes por dia, e os especialistas acreditam que este número pode ser ainda maior, uma vez que a causa da morte pode não ser registada devidamente. Ainda, o número de tentativas de tirar a própria vida pode ser até 25x maior do que a taxa de mortes.
Passamos grande parte do nosso dia no trabalho, muitas vezes, temos que lidar com as pressões de clientes, chefias, prazos, metas a conjugar com os desafios da nossa vida pessoal. Uma coisa é certa, hoje em dia, procura-se muito mais um equilíbrio, o tão falado “life balance”.
Atualmente, há uma maior preocupação das empresas no impacto que a saúde psicológica dos seus trabalhadores pode ter no ambiente de trabalho, por isso, muitos gestores recorrem a estratégias que promovam o bem-estar e o autocuidado dos seus RH, como a avaliação do clima organizacional.
Não é atoa que existe, de facto, uma relação entre os problemas de Saúde Psicológica (nomeadamente Depressão, Perturbação Bipolar ou Consumo Problemático de Álcool) quando não tratado, e o suicídio.
Sensibilizar a comunidade, em geral, a falar sobre a importância das empresas investirem (mais) em saúde mental é muito importante.
Os motivos que levam alguém a tentar suicidar-se podem ser muitos e complexos, e pode afectar pessoas de todas as idades e em qualquer momento do ciclo de vida, mas como abordar esta temática que ainda é um tabu em contexto de trabalho?
A saúde mental não pode ser um TABU. É preciso ter iniciativas dentro da organização, que despertem a curiosidade de saber mais sobre a saúde mental, como eventos, rodas de conversa, workshops, mas não só, ter também protocolos que ensinam como lidar com pessoas que estejam a passar por algum tipo de sofrimento psicológico, com o intuito de saber lidar de forma sensível e adequada. Portugal está no top 3 dos países europeus com maior incidência de depressão e ansiedade, por isso, a probabilidade de ter alguém na sua equipa com transtornos psicológicos é muito alta. Vale a pena lembrar que, nem toda a gente que tem transtorno psicológico comete suicídio, este é um fator de risco quando não tratado.
Facilitar o acesso dos trabalhadores a profissionais de saúde mental, através do estabelecimento de protocolos com entidades externas. Outras estratégias, como meditação, sessões de desenvolvimento pessoal, exercícios físicos, podem ajudar no autocuidado de quem já sofre com algum transtorno mental ou na prevenção dessas doenças.
Ser empático é ter a capacidade e predisposição para perceber os sentimentos e necessidades de outras pessoas. É a tentativa de compreender sentimentos e emoções, sem levar em conta o próprio conjunto de crenças e sentimentos, de forma a experimentar o que sente o outro indivíduo e ir ao encontro das suas expectativas. É acolher o outro e estar disponível.
Os riscos psicossociais representam um dos maiores riscos à saúde física e mental do trabalhador, podendo levar à ansiedade, burnout ou depressão. A sua avaliação está prevista na lei (Lei nº 102/2009, Regime Jurídico da Promoção da Saúde e Segurança no Trabalho), sendo a identificação desses fatores e o controlo e/ou eliminação fulcral para uma organização saudável e feliz.
No caso de haver um suicídio ou uma tentativa, no ambiente de trabalho ou de alguém da equipa, é indispensável um plano de ação para lidar com a situação. Deve ter em conta estratégias para minimizar o stress de todos os envolvidos, e contar com o apoio de profissionais de saúde mental para prestar suporte psicológico para os trabalhadores. As intervenções feitas após um evento de suicídio são chamadas de “pósvenção” e têm como objetivo minimizar o impacto nos trabalhadores e na família.
O papel do psicólogo dentro das organizações é indispensável, neste e noutros contextos. Este profissional possui um olhar individualizado para as necessidades singulares, seja do trabalhador ou da organização, competências técnicas para:
O papel e a orientação dos líderes em como lidar com liderados que tenham transtorno psicológico ou que esteja a passar por uma fase mais exigente de vida;
Ministrar workshops de psicoeducação, podendo ter temáticas como por exemplo: stress, burnout, depressão, ansiedade e suicídio.
Realizar a avaliação dos riscos psicossociais, sugerindo intervenções que promovam o bem-estar psicológico, e claro, ações que promovam prevenção, tendo impacto direto na saúde psicológica promovendo um clima organizacional mais saudável.
Se ficou com alguma dúvida sobre a temática ou pretende conhecer mais dos nossos serviços, agende uma reunião connosco.